
Há mais de um ano que meus olhos encontraram os dele, olhos que eram incomuns, cor azul de caneta marca texto, que brilhavam de mistério e interesse ao me fitar. Eu quisera encontrar um homem que fizesse meu coração acelerar de paixão, minhas pernas bambearem de desejo, alguém com quem eu pudesse dividir um romance e ao mesmo tempo uma aventura lasciva. Era ele quem eu queria encontrar.
E após alguns meses de flertes, incertezas e nenhuma palavra trocada, provei do sabor, do amor e da paixão daquele homem. Aquela manhã fria de junho, dia dos namorados, ficou marcada na memória. Os beijos dele eram como drogas pesadas: envolventes e mortais.
Como diz um poeta que nao me recordo o nome "tudo o que é bom dura o tempo necessário para ser inesquecivel.". Muitos outros acontecimentos sucederam este primeiro. Quantas brigas, sorrisos, beijos, abraços, sofrimentos e lágrimas derramadas. Meu Deus, o quanto eu sofri com a primeira partida, mas não tanto quanto o retorno.
Ele teve sim a ousadia de voltar, dizer meia duzia de palavras vazias e fazer com que eu caísse nos braços dele novamente, braços que eram só dele, que nunca foram e nem nunca seriam meus. Mas não reclamo, pois vivi, amei, me aventurei e senti que ele era meu e eu dele por alguns instantes. Ele me ensinou a amae, a desejar, a ser eu mesma. Ensinou-me caminhos que eu deveria percorrer dentro de mim para descobrir segredos que eu nem sabia que eu possuia. Por alguns flases de momentos me senti a mulher mais desejada do mundo.
Porém, como toda droga, ele me trazia além de prazer, culpa e morte. Eu me sentia cansada como se tivesse corrido a São Silvestre, pois ele me roubava toda energia positiva que eu lutara para acumular. Era preciso se livrar antes que fosse tarde. Só eu sei o quanto foi ruim constatar que ele não era o meu principe encantado, e que nao mudaria nem uma virgula em sua vida, que não estava disposto a romper com ela pra ficar comigo mesmo dizendo-se apaixonado. O quanto doeu dizer não para seus encontros quando o que eu mais desejava era provar mais desse vício que me consumia.
Foram litros de lágrimas, e os lugares eram vazios, de repente o mundo tornou-se escuro e sem graça. Nada mais tinha sentido. Pensei que o último capítulo seria o dia em que o veria ao lado dela, mas nao o foi. Nesse dia eu só tive a certeza de que eu não passava de um acontecimento casual, que não foi ele que atravessou a minha vida, mas eu que no meu amor romantico e inocente atravessara a vida dos dois. Aparentemente esse dia foi "engraçado" pra mim, contudo, também não o foi. E definitivamente não era o último capítulo.
Ele se foi, dessa vez para nunca mais voltar. E o último capítulo é hoje: um dia mravilhoso porque consigo pensar nele sem sentir dor, consigo escrever sobre tudo sem chorar. Percebi que aprendi muito e que ele foi apenas o primeiro de muitos outros amores que virão. Percebi que tenho potencial para muito mais do que ser a outra. Quero alguém inteiro, e só pra mim. Por isso levo comigo só o que foi bom e enterro hoje e aqui esse fantasma que me assombrava. História boa de amor, ou é com final feliz, ou morta e enterrada.
PS: Via papel e lápis 15/05/09 20:44