
Estive lendo o livro Triste Fim de Plocarpo Quaresma, de Lima Barreto há um tempo e, bem no início, o autor enfatiza como as crianças eram educadas no começo do século XX. As garotas, desde pequenas, eram educadas para o casamento. Tudo o que faziam ou aprendiam era para ser utilizado no casamento, como cuidar da casa, cozinhar, tricotar, bordar etc. "[...] A instrução, as satisfações íntimas, a alegria, tudo isto era inútil, a vida se resumia numa coisa: casar.[...]".
Este trecho do livro chamou-me a atenção para o quanto a mentalidade e a educação das crianças mudaram ao longo do século. Atualmente, as mulheres não sao projetadas para o casamento, elas têm liberdade e igualdade sexual, objetivos pessoais, demonstram seus sentimentos e não passam mais a vida à espera deste compromisso como antigamente, mas preocupadas com o futuro profissional, por exemplo, com o sucesso e o reconhecimento que almejam ter, e com a independência sexual.
É normal se perguntar a uma garota de ou 17 anos a opinião sobre casamento e ouvir um sonoro "Deus me livre". Porém há outro grupo que até pensam em casar-se, mas somente depois de ter se graduado na universidade, que é para nao depender de marido.
Há ainda o grupo das que não pensam em casamento, mas querem ter filhos, já ouviram falar em "produção independente"? Meu Deus, aonde este mundo irá parar... Imaginem a confusão na cabeça dessa criança, não tendo um modelo de família com pai e mãe para crescer e apoiar-se. É a ascensão da mulher moderna. Esta geração de mulher auto-confiante que tem conseguido superar os obstáculos e ganhar espaço na sociedade machista. Obtendo a igualdade tão sonhada e já não dão mais a mesma atenção que nossas avós davam aos homens, despertando certa indignação deles.
É por conta dessa independência total, elas já não estão se envolvendo tanto em relacionamentos sérios, querendo mais é "curtir a vida", quando não percebem que estão desvalorizando-se ao "caçar", tomando atitudes que em outras épocas os homens tomariam. Isso é péssimo, a imagem da mulher do século XXI deveria ser outra.
Trocando em miúdoos, a mulher moderna é aquela que sabe bem o que quer, é segura por natureza, embora algumas vezes, tenha crises de carência. É aquela que faz charme, que trabalha, estuda e ainda tem pique pra balada do fim de semana. Que aceita as diferenças de raça, sexo, orientação sexual, partido político, religião, cor preferida etc. É não acreditar em príncipe encantado, nem em "eu te amo´s", mas, sim, que alguém possa se identificar e ter uma relação com ela. É ser livre de preconceitos, de idéias ultrapassadas. É lutar pelo que quer, acreditando com garra, seja pelas crianças abandonadas, seja para fazer tratamentos de beleza dolorosos e malucos.
Definitivamente, não sou tão moderna assim.

PS: Artigo feito quando eu era colunista do site, nao lembro se era o Zapeando ou o Akitemagito, mas na prova que eu tive semana passada na facul eu adaptei para crônica.