terça-feira, 30 de outubro de 2007

Razões sólidas

Vou e sinto,
o frio na barriga,
o calor, a cantiga,
solidão é o instinto
minto
Pela saudade
por uma vontade
Do desejo
de um beijo
que eu jamais experimentei
E eu pergunto ó céus
Por alguém,por quem?
Nao importa
se nao há ninguém
na escuridão ou no breu
Volto por mim mesma...

domingo, 28 de outubro de 2007

"Divagação segundo Yara"

"Eu caíra na tentação de ver, na tentação de saber e de sentir. Minha grandeza, à procura da grandeza do Deus, levara-me à grandeza do inferno. Eu nao conseguia estender a Sua organização senao através do espasmo de uma exultação demoniaca. A curiosidade me expulsara do aconchego - e eu encontrava o Deus indiferente que é todo bom porque nao é ruim nem bom, eu estava no seio de uma materia que é a explosao indiferente de si mesma. A vida estava tendo força de uma indiferença titânica. Uma titânica que está interessada em caminhar. E eu, quisera caminhar com ela, ficara enganchada pelo prazer que me tornava apenas infernal.


A tentação do prazer. A tentação é comer direto na fonta. A tentação é comer direto na lei. E o castigo é não querer mais parar de comer, e comer-se a si proprio que sou materia igualmente comivel. E eu procurava a danação como uma alegria. Eu procurava o mais orgíaco de mim mesma. Eu nunca mais repousaria: eu havia roubado o cavalo de caçada de um rei da alegria. Eu era agora pior do que eu mesma!" Clarice Lispector - A paixao segundo G.H.


Trecho do livro de Clarice Lispector em que ela divaga numa reflexao sobre Deus e humanos. Lindissimo, eu sou supeita, porque a cada dia me encanto mais com as obras dela. E eu to me sentindo desta forma, perdida, como G.H. ficou diante da barata. Preciso me assentar, organizar minha vida e meus sentimentos.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Cheiro de Flor



Cheiro de Flor - Mauricio Rayel (Musica e Letra)


"Eu quero viver como se fosse tudo lua de mel
Juro que eu chego no céu
E poder curtir os ondulados destes teus caracóis
Um campo de girassóis
Se eu te der todas as flores
que eu consiga colher
Que tal, voce vai querer
E se eu quiser fazer uma canção que fale de amor
voce me ajuda a compor
E então, o teu cheiro de flor, teu jeito, teu calor,
Bem que eu tentei mas eu nao pude resistir
Ao teu cheiro de flor, teu jeito teu calor,
Bem que eu tentei mas eu nao pude resistir
Se eu comprasse uma asa delta pra gente voar
Voce iria aceitar
Ou um ocenao muito limpo, muito lindo de ver
Juro que eu levo você
E entre nuvens caminhando entre flocos de algodão
Eu seguro a tua mão
E entre telas, tintas e pinceis, faço para voce
um quadro lindo de ver
E então, o teu cheiro de flor, teu jeito, teu calor,
Bem que eu tentei mas eu nao pude resistir
Ao teu cheiro de flor, teu jeito teu calor,
Bem que eu tentei mas eu nao pude resistir..."




Ontem eu conehci um cara aqui na net, muito legal, o Mauricio, conversa vai, conversa bem ele me diz que toca e compoe e me manda esta obra prima. Quando ouvi a música, constatei que ele tem mesmo o dom, é um poeta. Fala sério, sabe aquela musica suave que entra nos ouvidos e vc ouve 50 mil vezes sem enjoar? È minha gente, deem valor a este homem, ele vai estourar nas paradas de sucesso, e eu vou ficar toda toda porque ele que mando a musica pra mim em mp3, muit antes de lançar. E pra completa ele é lindo, simpatico e modesto... Ah se ele fosse mais novo rsrs. Se alguem quiser ouvir a música, me avisem que eu passo o msn dele. ;D






domingo, 21 de outubro de 2007

Conhecendo Fernanda Young



Meu primeiro contato com Fernanda Young foi ao ler sua coluna na revista Cláudia no começo deste ano. Não preciso dizer que amei o jeito despojado que ela escreve, sua personalidade forte, e como li numa entrevista da revista Claudia, ela é simplesmente delirantemente criativa. Quando eu crescer, quero ser igual ela.
Meu segundo contato foi ao saber que ela viria para Santos dar uma palestra na Fenalba, uma feira literária que acontece todo ano aqui. Corri pesquisar mais sobre ela, descobri que ela é roteirista da Globo, e tem um programa na GNT, que eu acho o máximo a propaganda. No dia da feira, eu nao consegui assistir a palestra dela, mas consegui tirar foto, ela estava autografando os livros e tomando uma "Brahma", linda com suas tatuagens e o piercing na gengiva. Ela é muito branca, como vocêspodem comprovar na foto, mas é linda de morrer, e super simpatica.
Imaginem vocês que ela é escritora de varios livros, e o ultimo que ela lançou é de poesias de amor, quero ler em breve, deve ser uma obra densa e simplesmente emocionante. Ela escreve com a alma, com os sentimentos, ela vive o que escreve...
Nas pesquisas que fiz sobre ela, vi que ela desperta amor ou ódio nas pessoas, mas creio eu que o ódio é apenas inveja, porque ela é o que ela é e ainda é famosa, reconhecida, e quem a critica nao é nada, como ela retrata na carta a pessoas vitimas de inveja. Em mim, a Fernanda despertou a admiração, eu simplesmente me tornei fã do modo que ela encara a vida, mesmo sendo desbocada, atrevida, ironica, critica, psicotica, neurotica, obssessiva e compulsiva. Me identifiquei muito com ela e com o trabalho dela, nao por eu querer ser igual a ela, mas por pensar igual, e me sabotar, tentando maquiar a verdade, maquiar o que eu penso, dar uma de certinha quando na realidade tenho vontade de mandar tudo pra puta que pariu.
Nao estou revoltada, só sinto uma inveja boa dela, que consegue ser sincera e nao ter vergonha de ser o que é. Eu ainda vou conseguir dizer o que penso e acho de tudo e todos, sem pensar no que vao pensar de mim, ainda vou conseguir ser o que realmente sou. Nao que eu seja falsa, mas falta-me coragem de usar mais minha liberdade de expressao. No fundo eu nao sou equilibrada como todos veem, nao sou tao meiga e tao certinha. Quero ter coragem de gritar quando desejar, fazer o que der na telha sem preocupar-me com os olhares tortos. Também tenho meus momentos de depressao, de neurotica, de compulsiva, de indignacao, a diferença é que deixo dentro de mim, corroendo, doendo, me matando sufocada, ao invés de colocar pra fora, como faz ela. Poucos sabem como sou na intimidade, nao sou louca, mas também tenho meus momentos de crise e devaneios, até porque "de perto ninguém é normal".
"Ser autêntico é não ter que provar nada para ninguém." Fernanda Young
PS: Na foto, minha prima Priscila, Fernanda (belissima) e eu (radiante)

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Pela primeira vez a ultima chance

- Quando você virá ao Rio? – Disse Diego com caracteres carregados de emoção.
- Não sei, pode demorar, ainda preciso arrumar um trabalho, ganhar dinheiro, e enfim ir ao Rio te visitar. – Respondeu Bianca com vontade de sair correndo na mesma hora.
- Quando você vier, vou poder te dar um beijo na boca? – Brincou ele.
- Vai, paixão... – Concordou ela.
- Vem para cá no verão então.
- Combinado, após o reveillon, eu faço as malas com destino à cidade maravilhosa. Você estará me esperando?
- Claro, sua boba, é só me ligar que te buscarei onde você estiver.
Bianca já sabia como seria o fim desta relação: iriam passar um final de semana esplendoroso, depois o desejo teria que ser apagado por morarem em cidades diferentes, já que ela não tem a mínima dedicação para manter um relacionamento a distância, passaria então a ignorá-lo, afirmando friamente que a culpa do fim era dele, fazendo-se de vitima como só ela consegue. Mas não poderia deixar de viver esta aventura, nem que fosse para contar para as amigas. Bobagem, ela sabia que apaixonar-se-ia, alias, que já estava apaixonada.
Diego era um rapaz de classe média na terra da garota de Ipanema, trabalhava com seu pai, no auge de seus vinte e dois anos; era lindo, moreno, magro, com traços marcantes, tinha olhos cor de chocolate e dono de uma boca enlouquecedora e um sorriso encantador; usava calças e camisetas largas, estilo hip-hop, mas que traziam um toque de originalidade à sua personalidade forte e delicada, fazendo-o ser um homem maduro e um garoto inocente ao mesmo tempo. Ela tinha o perfume dele gravado na memória, como não havia gravado nada antes, era uma fragrância com notas florais e sândalo que expressavam masculinidade e polidez; era alegre, querido, tinha um papo envolvente, tanto que na primeira vez que se viram já aconteceu uma atração mutua e sintonia total. Esta vinda dela par ao Rio era a chance que tinham de viver o desejo que estava guardado há meses, pois o primeiro encontro fora rápido e significativo no aeroporto de Congonhas, em que trocaram olhares, telefones e “e-mails”.
Bianca era uma mulher decidida, morava no litoral de São Paulo e cursava a universidade contando vinte primaveras. Era linda, atraente e chamava a atenção por onde passava. Fina, doce e meiga como um cristal. Não era loira, nem morena, o tom de suas madeixas era castanho-claro-natural, na altura dos ombros, que davam ar de liberdade à sua face jovial, este ousadia que ela tinha grafado em seu pé direito numa tatuagem de borboletas coloridas de vários tamanhos, traduzindo a forma como ela enxergava a vida, anseio por liberdade que logo seria perdida nos braços de alguém. Seus olhos eram cor de mel, sua pele era clara e macia como uma pétala de rosa branca, o nariz e a boca eram delicados e harmoniosos com o rosto. Possuía um corpo esguio, com curvas acentuadas, usava roupas justas que acentuavam sua silhueta tipicamente brasileira. Ele carregava consigo o olhar dela, olhar profundo, poético, e tão envolvente que ele conseguia fechar os olhos e sentir a presença de sua musa.
A distância era curta, ela iria de ônibus porque compensava financeiramente. A semana que antecedera o passeio, Bianca não fizera outra coisa a não ser planejar cada detalhe e arrumar a bagagem. E após examinar tudo mil vezes, embarcou na peripécia que valeria a pena pelo resto da vida.
Ele estava a espera dela com o coração pulsando na boca, da ligação para buscá-la quando chegasse, a ansiedade já o tinha ao invés do contrário. Além de já ter fumado uma carteira toda de cigarro, logo ele, que fumava tão pouco. As horas corriam, mas a impressão era de que o relógio estivesse parado. Dentro da condução, ela também estava ansiosa e inquieta, mas o conforto é que a cada quilômetro ela estava mais perto do encontro com Diego. Mas conforme os minutos iam passando, ela ia sendo tomada por uma preocupação fora do normal. “Mas será possível? Agora que estou na metade do caminho não posso amarelar”, refletia Bianca. Porém não era apenas isso, ela não imaginava o que estava por acontecer. Pensamentos passeavam enquanto um filme de sua vida passava em sua mente, neste momento, pensou em sua família, em seus amigos, em tudo o que fez e deixou de fazer, em sua faculdade, em seus sonhos não realizados, e por fim pensou em Diego, vivenciou cada minuto que gastou com ele, desde a primeira vez até as conversas por telefone e internet. Teve uma imensa saudade de tudo, de todos, de Diego. Ele também foi tomado pela mesma sensação preocupante, contudo ele não entendia o motivo desta agonia.
Ouviu-se barulhos e gritos, um deles era de Bianca, o ônibus que ela embarcara descontrolou-se e sofreu um acidente, caindo serra a baixo, foi perto do limite de município do Rio de Janeiro. Curiosos paravam para ver o que tinha ocorrido, acionaram a Policia e os Bombeiros, que no resgate constataram muitas mortes, uma vez que o capotamento tinha sido destruidor. Levaram os mortos para o I.M.L. e os feridos para a Santa Casa de Misericórdia da cidade que já não era tão maravilhosa assim.
Enquanto isso Diego divagava em seus pensamentos, imaginando que Bianca desistira da viagem, desistira dele. Criando falsas afirmações a respeito da situação. Discorreu sobre a importância que ela tinha, e o quanto estava feliz porque iria tê-la junto de si, mas a agonia tomava conta de seus sentimentos, já que ela não atendia o celular, e deveria ter chegado há duas horas. Ele andava de um lado para o outro da sala clara, composta por artigos de antiguidade, ela iria adorar este cômodo aconchegante que mais parecia dela do que dele. A angustia só tendia a aumentar, e não a acabar. Ligou a televisão para distrair quando se deparou com a noticia do acidente que Bianca acabara de sofrer, e a pior das constatações, ela estava dentre as pessoas que faleceram.
A angustia deu lugar ao desespero, ele não sabia o que pensar, nem como agir, não conseguia acreditar que isto estava ocorrendo com os dois. Ela era seu amor maior, o desejo guardado, a paixão não vivida. Não conseguindo pensar em mais nada, seguiu para o I.M.L. Ao chegar e identificar-se, deram-lhe um pacote com seu nome que estava no colo de Bianca. Após ver a amada pela segunda e ultima vez, despediu-se com um “até breve” e voltou para casa. Sentado na sala que seria dela, abriu o presente: era o mp3 de Bianca, com todas as musicas de rock nacional que ela gostava, que agora eram só suas e de mais ninguém, e uma foto, uma montagem que ela fizera dos dois, ela estava linda, sorridente, cabelos ao vento, tal como a liberdade que ela sempre lutou, e ele estava pensativo, debruçado na janela, todavia pareciam estar no mesmo ambiente; e uma dedicatória no verso: “Não importa o que aconteça, te amarei para sempre”.
No fundo, ela sempre pressentiu o que aconteceria.
PS: Personagem ficticio baseado no meu amigo carioca Diego, e a outra é uma personagem criada mesmo. O conto é todo ficticio.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

"Eu não consigo mais me concentrar, eu vou tentar alguma coisa para melhorar..." Leve Desespero - Capital inicial

Quando você faz algo e que arrepende-se, ou quando enjoa de alguma situação, ou de alguém, não é possível simplesmente virar a página do livro e continuar a leitura normalmente. Não é simples o bastante que trocar a cor do cabelo, mudar de e-mail, de "msn", criar um novo perfil no "orkut", mudar de casa, de cidade, de turma,vá mudar o que passou. Você nao é mais a mesma, algo mudou dentro de ti, para melhor ou pior, nao importa, o que importa é que não dá para voltar atrás e consertar o passado, o máximo que dá para fazer é perdoar-se pelos erros cometidos.

Talvez você não seja boa o bastante para querer que aconteçam coisas boas contigo, ou talvez você tenha magoado muito alguém, e como tudo que vai, volta, está pagando um certo preço. Nao que seja um preço alto, mas somente pelo fato de você ser fria, e nao se entregar em uma relação. Mas eu me compadeço de ti, se entregar como, se você só tem escolhido pessoas sem caráter, e que estão brincando com seus sentimentos? Talvez seja este o seu pensamento, mas nao enxerga que quem está brincando com a vida é você, que começou a brincar primeiro. Não é porque as coisas nao saíram como planejou que nao estejam em harmonia com o universo. A vida é um eterno perde e ganha, mas nao se desespere.


Está bem, entendo que você só queria ser feliz como qualquer pessoa da sua idade, conhecer pessoas legais e de caráter principalmente, viver uma grande paixao, um romance de arrancar suspiros, mas você precisa desencanar e olhar para as oportunidades que aparecem, tirar o fone de ouvido, e levantar os olhos dos livros para que você perceba a vida, e seja percebida por ela. "Quando você quer realmente alguma coisa, o universo conspira a seu favor, mas quem nao sabe para aonde vai, o vento sopra para qualquer lugar." Acorda. É isto que está faltando em ti. Olhar ao redor e ler nas entrelinhas. Quem sou eu para te falar essas coisas sem me preocupar se você vai gostar ou não? Saberás em breve, e saberás também que tenho todo o direito em te dizer estas acusações.


Por mais que nao goste, é o que precisa fazer. Vamos, acorda, está ficando tarde. Nao quero precisar gritar, o sol já está no alto, temos muito tempo, mas é preciso aproveitar cada segundo. Tenho medo de que seja tarde. Nao posso deixar que vc passe pela vida simplesmente, sem vivê-la intensamente. Nao posso.


O que? Acha que nao é capaz de fazer certas coisas e atingir certos objetivos. Pois fique sabendo que você é capacitadíssima, nao é atoa que estudou a vida inteira essa lingua estrangeira, e agora vem dizer-me que nao sabe falar? Só se o gato tiver comido sua língua. Ah, vai passar pela faculdade despercebida, feito o homem invisível? Impossível, o destino te chamou para você ser destaque em tudo o que faz, ser melhor naquilo que se dispõe, e eu sei que você sabe e muito dentro da sua área. Eu entendo que há um leque de opções e coisas que você necessita saber, mas garanto-te que nas horas certas, você estará com a carga de conhecimento exata para a tarefa a ser desenvolvida. Nao se preocupe com o mestrado, detenha-se a graduação, e faça-a bem feita, depois as coisas acontecerão naturalmente. Nao se desespere, se nao tiver lido todos os livros que precisa, se nao tiver feito todos os trabalhos pendentes, se tiver que fazer mais um semestre, lembre-se que tem todo o tempo do mundo em suas mãos.

Calma, eu nao esqueci de falar em liberdade, sei mais do que ninguém o quanto quer ser livre, mais que borboletas num casulo. Você é livre, de tudo e todos, mas nao de você mesma, e é esta a liberdade que você precisa aprender a administrar. A liberdade de si mesma, a liberdade de tempo, o livre-arbitrio. Nao se cobre demais, nao se julgue demais, liberte-se da angustia, despoje-se das coisas ruins e principalmente liberte-se de si mesma. Lembre-se que a única pessoa que pode te prender é você mesma, assim como é a unica que pode decretar o seu fracasso ou o seu sucesso.

Querida, entregue-se a vida, e ela se entregará a você, viva o hoje deixe que o amanhã baste-se por ele, o futuro é o amanhã do presente, portanto viva o presente, gaste mais tempo realizando do que planejando, se não, viverá a vida toda planejando sem sobrar tempo para realizar, e aí sim que nao dará mais tempo, de nada. Depois nao diga que eu nao avisei. E tenho dito.




Saudações do seu "Eu" interior que você teima em nao ouvir, em nao compreender e que vive numa luta eterna para que haja o equilibrio.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Sobre a Yara

Adulta e madura, pensando pelo lado de ter responsabilidade, tomar decisões sérias e ser uma parte do esteio da família. Sou sempre a mais “certinha” da turma, e melhor amiga e conselheira. Desde pequena pensei no futuro e nas conseqüências de minhas escolhas, tanto é que com 17 anos e recém-formada no ensino médio, passei em terceiro lugar no vestibular de Letras na estadual do Mato Grosso. Que orgulho! Mas porque Letras, se meu verdadeiro sonho é Jornalismo? Vou explicar: pelo fato de eu ser realista e confiante no futuro. Como na cidade que eu morava jornalismo só tinha particular e não era reconhecido pelo MEC ainda e eu havia passado na estadual, não poderia perder a chance, afinal de contas estaria formada com 21/22 anos, quer coisa melhor? E foi como acertar na loteria, sem teste vocacional, acertei o curso dos meus sonhos. Sim, apaixonei-me mais do que já era, pelo mundo da literatura e da educação. Ainda não desisti de jornalismo, mas descobri que as duas carreiras são tão próximas que possuem varias linhas teóricas que as unem, só preciso descobrir quais são. Hoje em dia não tem como falar de mim se não citar essas duas paixões: linguagem e informação (escrever, ler, estudar, produzir, ensinar), que fazem parte do meu “eu”. Essas duas paixões já decidiram o meu destino: terminar a faculdade, fazer mestrado em Teoria da Literatura e Literatura Comparada, fazer mestrado ou faculdade de jornalismo e unir as duas carreiras, não abro mão do jornalismo e nem da literatura e lecionar.
Precoce em algumas coisas, como no caso da faculdade, e nem tão precoce e madura como no campo dos relacionamentos. Sou um desastre no amor. Não sei paquerar, nem conquistar e nem namorar. Como é estar no papel da namorada? Não sei absolutamente nada da “etiqueta” do amor. Isso nunca me incomodou porque as coisas tem que acontecer naturalmente, mas hoje em dia com 19 anos completos, ser a única solteira da família, junto com minha prima de 10 anos, começou a ser desastroso e estranho; eu não ligava, mas as pessoas questionam e isso leva-me a pensar no quanto eu não importo-me em estar sozinha, deixando a vida passar pela janela. Meu primeiro beijo foi com quase 16 anos, e depois pro segundo foram mais 10 meses, então pra mim é comum ficar muito tempo sem alguém.. os últimos tiveram diferença de dois anos. Imaginem, dois anos solteiríssima, sem nem se preocupar? Mas é este momento que a carência bate na porta, “but no problems”, não estou desesperada e nem encalhada, por isso continuo na janela à espera do meu príncipe encantado chegar de cavalo branco à minha porta. O que seria impossível devido ao fato de eu morar em prédio, e no segundo andar ainda. Mas até que o príncipe não precisa ser tão encantado assim.
Sou sincera e fiel acima de tudo, mas muito flexível também. Não sei ser falsa e nem mentir, prefiro deixar as fantasias na arte, fora da vida real, mas flexível porque as vezes é preciso calar a usar a sinceridade no que não fui chamada ou que não seja imprecindivel.
Inocente, até demais, não vejo malicia em nada, isso explica a facilidade em ser enganada, mas não é jogado fora, tudo é aprendizado. Tímida no começo, mas depois que pego amizade e intimidade, falo mais que a boca. Na faculdade nova, tem um cara que me chamou de “quetona” no orkut, fiquei pensando e parei para analisar, e eu não abro a boca na sala de aula, e acho-me no direito de reclamar que quase não fiz amigos aqui ainda.
Quero ser "livre pra poder buscar o meu lugar ao sol", quero curtir cada momento nesta cidade nova. Eu escolhi estar aqui, largar a comodidade de uma cidade que eu já morava há quase cinco anos, deixar amigos queridos, deixar meus pais(minha mãe voltou), não está sendo fácil, admito, mas estou lutando por mim, pelo meu futuro, pelo futuro da minha familia, meu irmão e meus avós precisam de mim aqui. Quero fazer amigos, curtir a vida com responsabilidade, e simplesmente viver.
Quero ir, quero ficar, quero ser e estar. Sou madura e inocente, tímida e extrovertida, responsável e inconsequente, chata e legal, certa e errada, a favor contra, enfim, esta sou eu, um eterno paradoxo.

sábado, 6 de outubro de 2007

Medo, insegurança e carencia


Quantas vezes deixamos de conseguir o que queremos pelo simples medo de arriscar? Agir espanta o medo, então mãos a obra, nós nunca estaremos 100% prontos.
Medo: é sentimento de viva inquietação ante a noção do perigo real e imaginário; receio. Mas me pego pensando, o que será perigo real e imaginário e como distinguir um do outro. O perigo real causa danos reais, tipo, não andamos a noite no escuro, pois podemos ser abordados, porque realmente pode acontecer algo ruim. Mas o pior em nossas vidas é o medo do imaginário, que nos paralisa, não nos deixa agirmos, arriscarmos, e nem fazermos algo necessário apenas pelo medo de sofrer, de dar errado, e nisso perdemos muitas coisas. E muitas pessoas criam uma fantasia negativa, com medo do imaginário e pensam que isso é realmente muito aterrorizador. Muitos de nós deixamos de ser felizes somente por medo de dar errado, aí é que me pego pensando, mas e se der tudo certo? Só precisamos tentar...Se der certo, ótimo. Se não der, não é o fim do mundo, é só levantar e partimos para outra tentativa, o que importa é não desistir de ser feliz.
Arriscar é imprescindível para chegarmos a nossa felicidade, precisamos parar de só falar em “arriscar” e colocarmos mais em prática essa palavrinha simples, que carrega com ela tanto medo. Outra coisa que devemos prestar atenção, é que muitas vezes não acreditamos no que o outro está declarando, temos que ver que o que ele declara é real e não imaginário. Quase sempre julgamos errado o sentimento dos outros, simplesmente porque somos inseguros, na verdade não existe motivo aparente para desconfiarmos. Sendo fantasia ou não, esse medo faz com que nós queiramos nos esconder, fugindo de tudo que nos traga felicidade, apenas por insegurança, ou será o medo do imaginário?
Não sabemos o que vai acontecer amanhã, ainda não inventaram uma maquina do tempo para sabermos o que vai acontecer, para podermos agir certo. Então temos que pegar a nossa insegurança e jogarmos no lixo, pois no amor tudo o que precisamos é arriscar, e desse risco depende a nossa total felicidade, temos que confiar em nós mesmos e correr atrás da nossa felicidade com todas as forças, porque ninguém está preocupado se vamos ou não estar felizes, e se nós não nos preocuparmos e corrermos atrás, o que será de nós?
Grandes vitórias em todos os tipos de competições, principalmente a vida exigem grandes batalhas, e muitas vezes acabamos guerreando contra nós mesmos, carência, por exemplo, é típico em nós, muitas vezes nós a criamos e acreditamos plenamente que a culpa dela está nos outros, quando na verdade nós mesmo a criamos, com medo do imaginário. A vida é um degrau após o outro, eu sei que às vezes parece que nada dá certo, ou que ainda a vida só tem degraus a subir...Mas é simples, só precisamos acreditar em nós mesmos.
Mas é isso, vamos pensar no futuro, quando já tivermos vencido todos os problemas agora presentes, quando já estivermos ao lado daquela pessoa que tanto queremos, pense, no quanto seremos maiores e melhores. É apenas uma questão de tentar, esquecendo o medo, a insegurança e tudo que nos impede de sermos felizes.


PS: Texto escrito na época que eu era colunista social do site http://www.akitemagito.com/. Estou republicando ele. ;D

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Carta à você

Na verdade, eu nunca te levei a sério, por causa da distancia ou de meus complexos. Amei sim, sempre, a respeito disso sempre fui muito sincera. Mas esqueci que estava lidando com uma pessoa totalmente diferente de mim. Que também me amava, mas ao contrario de mim, teve momentos em que levou a situação a serio. Apesar de amar, sempre te vi como um amor de verão, ou de qualquer outra estação que seja, amor de férias que por mais que eu quisesse que fosse um doce infinito, acabaria depois de uma semana. Por mais que planejei meu futuro ao seu lado por mil vezes, fiz tudo errado e perdi você. Por medo de magoar-me, te magoei e tenho consciência disso.
Será que tudo não passou de um sonho? Que sonho bom, mas nós já acordamo-nos dele. O fato é que faz quatro anos e meio que te conheci e me apaixonei, quase dois que ficamos juntos e eu estou aqui, sozinha, por mais que amores vem e vão, e eles nunca chegarão aos teus pés. Se ainda te amo? Não, não amo mais. É complexo falar de amor a essa altura do campeonato.
Tento não pensar em tudo isso, mas tem momentos que uma energia leva-me pra perto de ti. Meu futuro já está decidido, o seu também, então estamos fazendo certo, cada um vivendo a sua vida, mas agora com uma história pra contar. Foi bonito e importante, mas ficou para trás.
Um brinde! É, um a você, por passar pela minha vida e fazer parte dessa história, outro a mim, por crescer e tornar-me a mulher que sou hoje, um pra nós dois, que juntos, por alguns instantes fomos invencíveis e um outro brinde ao futuro! E ainda, mais um brinde para a vida que juntou-nos e separou-nos sem mais nem porque!
E agora chega, cansei de tudo, pára o mundo que eu quero descer.

Yara 10/07/07 11 a.m Via papel e caneta.

PS: Relendo o texto achei alguns erros gritantes, acabei de corrigir. Isso que dá editar um texto sem lê-lo novamente. Desculpem-me.